sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Livro didático: Amigo ou inimigo do professor?

O livro didático pode ser considerado um dos instrumentos de trabalho mais antigo presente no cotidiano escolar que perpetua sua utilização até os dias de hoje e se torna, muitas vezes, se não o único, mais o principal recurso que o professor tem em sala para administrar suas aulas. Muitos discursos já foram feitos por estudiosos educacionais defendendo ou acusando esse recurso educacional milenar de ser o ideal na aprendizagem dos alunos de todo Brasil e até de todo o mundo. Nesse embate surge a questão: O livro didático é ou não é amigo do professor.
Por um viés surge o discurso de que o livro é fonte de conhecimento inesgotável, universal e uniformiza a educação dando oportunidades iguais a todos os indivíduos de acesso ao conhecimento, além de nortear o trabalho do professor. Por outro lado tem aqueles que defendem que o livro didático não é o instrumento ideal para auxiliar na aprendizagem dos alunos justamente por ele uniformizar a educação, o que não deve acontecer uma vez que o professor deve trabalhar o cotidiano e realidade da comunidade onde a escola está inserida, além de não dá abertura para a interdisplinaridade dos conteúdos, focando apenas em uma disciplina de cada vez e partindo a aula em diversas abordagens de um único conteúdo.
O livro didático nas escolas tem por intuito auxiliar o trabalho do professor e nortear suas aulas e atividades, entretanto, muitas vezes, ele não é adequado para a comunidade escolar onde se encontra dificultando a aprendizagem e o trabalho do professor, este que inutiliza o livro didático e desenvolve os conteúdos e atividades de acordo com o que acha correto. Essa precarização na utilização dos livros desenvolve vários problemas, o primeiro deles é o investimento inválido do governo, no caso de instituições publicas, e dos pais, no caso de escola privadas; o impedimento de acesso dos alunos ao livro e à sua diversidade textual; a falta de fontes seguras e revisadas de conteúdos e atividades; a adequação dos conteúdos às determinadas faixas etárias e séries; e por fim a dificuldade de trabalho do professor que deverá dispor de muito mais tempo para pesquisar e preparar uma aula de qualidade que dê conta de passar aos alunos os conhecimentos necessários para sua fase de aprendizagem.
Para uma utilização exemplar do livro didático nas escolas é necessário que professores, coordenadores e gestores analise os livros didáticos presentes no mercado e adquira aqueles que estão de acordo com sua proposta de ensino, seus pressupostos teóricos de aprendizagem, além do viés político-social que defende para que assim esse instrumento possa ser trabalhado em sua totalidade auxiliando e norteando o trabalho do professor e desenvolvendo a aquisição de conhecimentos por parte do aluno.
Portanto, o livro didático se torna amigo do professor quando traz as condições necessárias de serem utilizados em determinado contexto social, político e cultural de onde está inserido e quando proporciona inferências do professor nos conteúdos e atividades propostas possibilitando uma maior mobilidade de planejamento e desenvolvimento da interdisciplinaridade dos conteúdos além de favorecer o estudo do cotidiano que os alunos estão inseridos, afinal o livro, hoje em dia, está presente nas escolas para auxiliar no trabalho do professor em desenvolver a aquisição dos conhecimentos pelos alunos.

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