quinta-feira, 13 de outubro de 2011

História da Rua Dianápolis...

Recuperar dados, memórias, histórias e relembrar fatos passados são sempre uma tarefa muito difícil, principalmente quando não existe base para dar início a uma pesquisa. Ao imaginar a escrita desse texto pude pensar na dificuldade que teria em desenvolvê-lo por não fazer idéia da história dessa rua e por problemas de identificação da rua já percebidos por mim, como por exemplo, desvio de correspondência pelo Correio para um endereço semelhante no bairro do Benedito Bentes.
Para começar a pesquisa e descobrir um pouco sobre a história de onde moro procurei alguma informação no site de busca da internet Google, para minha surpresa e espanto, ao mesmo tempo, não existe resultado algum na internet com o nome da rua, somente alguns resultados sobre outras ruas Dianápolis pelo mundo afora, até o Google Maps desconhece o nome da rua. Depois de muita paciência, insistência e até curiosidade consegui identificar a rua em que moro no aplicativo do site buscando o nome de uma rua perpendicular à minha (Eronildes de Oliveira). Para comprovar o que pensei, não há registro com o nome da rua, então decidi buscar a história dessa rua a partir de conversas informais com alguns vizinhos mais antigos.
Procurando saber sobre os primeiros moradores e casas, descobri que a primeira moradora se mudou há uns três anos e que a minha casa foi a terceira a ser construída, há 23 anos atrás. Antes a quadra onde está situada a rua era um campo onde crianças do bairro jogavam futebol. Esse campo foi loteado e constituiu-se três ruas: Rua Dianápolis, Muniz Falcão e Rua Nova (as duas últimas, mais privilegiadas, aparecem no aplicativo do Google). Depois de loteada (não foi possível saber por quem) começaram as construções de casas, escolas, comércios e até um pequeno campinho, destruído para a construção de mais uma casa. Primeiro foi construída a casa em frente a minha (que foi derrubada e está sendo reconstruída no momento), depois uma pequena escola no fim da rua (que há cerca de três anos foi desativada e o prédio continua desocupado), a minha casa (construída por uma tia) e assim por diante a rua foi sendo habitada. Muitas mudanças ocorreram de lá para cá, novas pessoas chegaram e aqueles amigos queridos que corriam pela rua de barro se despediram, mas não só essas, mudanças de ordem físicas também. O campinho hoje é uma casa, as casas não são mais as mesmas, andares foram levantados em cima das casas antes térreas e há quatro anos a rua foi pavimentada, o que contribuiu para a melhoria de vida de seus moradores.
Relembrando a dificuldade de encontrar o nome da rua pude descobrir, a partir de conversas com vizinhos antigos, que a rua não tinha identificação, era conhecida como travessa da rua Eronildes de Oliveira e relembrei o momento (em cerca de 1998) que foi inaugurada uma placa com nome da rua pela prefeitura da época, que era assumida pela prefeita da cidade de Maceió Kátia Born, e assim ela se tornou conhecida como a rua Dianápolis, entretanto, conhecida apenas pelos moradores da rua e alguns moradores do bairro.
No bairro do Benedito Bentes existe uma rua chamada Indianápolis e sempre ouvi os vizinhos comentarem que as correspondências atrasavam ou nunca chegavam, até que um dia um deles foi procurar o Correios para saber por que um pacote que ele esperava e que já havia sido enviado pelo remetente nunca havia chegado e foi aí que foi constatado o desvio de correspondências por falta de identificação completa da rua, ela tinha nome, casas numeradas, mas não havia a principal identificação por uso do Correios, o CEP, e por esse motivo várias cartas e pacotes eram enviados para a rua do Benedito Bentes com a justificativa de erro do nome da rua. A partir desse caso a situação se tranqüilizou, porém até hoje encontramos correspondências com o nome da rua do Benedito Bentes, como podemos constatar no anexo 1, mas que, ao menos, chegam até a residência dos moradores da rua quase fantasma. 
Depois desse pequeno estudo pude entender a dificuldade que os carteiros apresentam em separar e entregar todas as correspondências da rua e o porquê de ninguém nunca conseguir encontrar o CEP da rua, além de cada correspondência chegar com um CEP diferente, como vemos no anexo 2.
Com esse trabalho senti profunda curiosidade em conhecer um pouco mais sobre onde moro e até refletir um pouco sobre a importância de conhecer o local onde vivemos para entender as relações existentes nele e sobre ele e como muitas vezes não conhecemos e nem procuramos conhecer a história da formação deste lugar, dos vizinhos e etc. Essa pesquisa fez me aproximar mais da comunidade em que vivo, da vizinhança, dos problemas e das memórias de infância tão feliz vividas na mesma casa, na mesma rua. A partir de agora conheço a história da rua em que moro e compreendo os tantos problemas existentes aqui.

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